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Pintor desconhecido |
Na estrada segue o andarilho;
de longe o vê passar
uma figueira erguida sobre o campo.
Não venta nesta quente tarde
iluminada por um sol cansado.
O calor oprime a vegetação
que se mantém a mercê do tempo,
lento feito eternidade;
na ausência do vento
ressoam os passos solitários.
Nos olhos do andarilho, admirados,
se pode ver uma dor que impulsiona
o movimento de uma alma;
mas pelas lágrimas que correm
ficamos sem saber se esta alma ainda busca
ou se de renunciar ela recém acaba. [23/02/2016]
Poema inspirado na leitura de alguns comentários de Heidegger sobre a poesia de Georg Trakl.
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