segunda-feira, 19 de junho de 2017

(POEMA) Deusine

Karl Wilhelm Diefenbach

Das lâmpadas odeio a luz,
amo a das velas e ainda mais a da lua,
amo ver nelas minha amada nua,
a quem estas luzes todas me conduzem.

Dos homens todos odeio o barulho,
amo o dos trovões e ainda mais o do silêncio,
amo sentir neles da minha amada a presença,
que me leva para casa, dentro do seu útero.

De toda a humanidade odeio a atividade,
amo o sossego e ainda mais o recolhimento,
amo inspirar neles da minha amada o alento,
minha vida pura, pura felicidade.

As vozes do mundo todas odeio,
amo a solidão e ainda mais o vazio,
amo deitar com minha amada no frio,
mergulhar meu espírit' em seus alvos seios.

Odeio com os homens à mesa comer,
amo o alimento do belo e sublime,
amo as delícias da minha amada Deusine,
pelas quais meu corpo deixo morrer. [19/06/2017]

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