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Alfred Guillou |
Ó tu, o mais vivo dos poemas,
mais imenso que as tempestades,
que me flagela de saudades
em curvas de belas tormentas!
Ó tu, poema destilado em pétalas
adormecidas em campos elísios,
cujo aroma deveras indizível
não cabe num pedaço de papel!
Ó tu, que meus olhos não conseguem ver,
mas cujo brilho e alegria
embriagaram-se, terríveis,
e minh'alma só a ti consegue ver!
Ó tu, poema que abate e suicida
e transforma o mundo inteiro,
bastando um olhar sorrateiro,
(mas) que'm palavras é rebelde e fugidia!
Ó tu, que arde sem queimar,
que dói sem ferir,
presente sem vir,
que funde e inflama sem beijar...
não traz, então, conhecimento
e muito menos felicidade,
mas inunda c'essa tempestade
o vazio, e traz luz do firmamento! [28/01/2017]