quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

(POEMA) A Alma do Andarilho

Pintor desconhecido

Na estrada segue o andarilho;
de longe o vê passar
uma figueira erguida sobre o campo.
Não venta nesta quente tarde
iluminada por um sol cansado.

O calor oprime a vegetação
que se mantém a mercê do tempo,
lento feito eternidade;
na ausência do vento
ressoam os passos solitários.

Nos olhos do andarilho, admirados,
se pode ver uma dor que impulsiona
o movimento de uma alma;
mas pelas lágrimas que correm
ficamos sem saber se esta alma ainda busca
ou se de renunciar ela recém acaba. [23/02/2016]

Poema inspirado na leitura de alguns comentários de Heidegger sobre a poesia de Georg Trakl.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.